quinta-feira, 9 de agosto de 2012

CEMITÉRIO DA CONSOLAÇÃO É UMA GALERIA DE ARTE A CÉU ABERTO

Mortos, velas, flores, crucifixos, imagens de santos, terra e até vasos com macumba. Quando o assunto é cemitério, essas são as principais palavras associadas às necrópoles. A arte, presente em vários mausoléus nas mais diferentes localidades do mundo, é lembrada apenas por alguns. Fundado em 1858, o Cemitério da Consolação, na região central de São Paulo, é uma galeria de arte a céu aberto.
No local, esculturas de Victor Brecheret, Luigi Brizollara e Eugênio Prato, entre outros, dividem espaço e incrementam sepulturas de personalidades ilustres, como os vanguardistas da Semana de Arte Moderna de 1922: Mário de Andrade, Tarsila do Amaral e Oswald de Andrade, além do Conde Francesco Matarazzo, a Marquesa de Santos, o escritor Monteiro Lobato e o milagreiro Antoninho da Rocha Marmo.
Algumas dessas obras de arte, como “Solitudo em Granito”, de Francisco Leopoldo e Silva, são tombadas por órgãos de preservação do patrimônio histórico.

  
Escultura de Victor Brecheret.


  
Escultura de Nicola Rollo.


Nu
A escultura de Leopoldo e Silva, primeiro nu feminino da arte brasileira, foi colocada no local em 1922. Nessa época, apenas a burguesia paulistana era enterrada no Cemitério da Consolação.
Como a elite paulistana era composta por um grande número de italianos, eram da Itália e da Europa que vinham as principais esculturas e artistas que ornamentam até hoje os túmulos da Consolação.
Francisco Leopoldo e Silva e Celso Antônio de Menezes, apesar de serem brasileiros, freqüentavam os mais famosos ateliês das principais capitais do “Velho Continente” e eram preferidos da elite por esse motivo.


Esculura de Leopoldo e Silva.

Visitas
Comum na Europa, a visitação a obras de arte em cemitérios chegou à Consolação em 2001, idealizada pelo historiador e ex-administrador do local Délio Freire dos Santos, falecido um ano depois. Desde a morte de Délio, quem comanda as visitas é Francivaldo Gomes, mais conhecido por Popó. Nascido em Crateús, no Ceará, Popó foi coveiro do cemitério da Consolação. Seu interesse pela arte e pela história do local o fez herdar do ex-administrador a responsabilidade de mostrar a grupos de estudantes, historiadores, artistas e admiradores, entre outros, “o outro lado” da necrópole.
O ex-coveiro disse que, desde 2002, a Consolação já recebeu cerca de 7 mil visitantes interessados em admirar a arte que cobre e enfeita vários dos 8.500 túmulos existentes no local. Em algumas ocasiões, Popó já chegou a falar para 180 pessoas.
As visitas acontecem de segunda à sexta-feira, geralmente às 9h e às 14h, mas devem ser agendadas. O passeio - uma espécie de aula sobre a história paulistana e da arte - dura cerca de uma hora e meia.

Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,AA1335684-5605,00.html - Globo online.

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